Maior apoio do poder público e das instituições de ensino superior, além de espaços e equipamentos públicos. Estas são as principais demandas do esporte universitário em Salvador, debatido em audiência pública realizada pela Comissão de Desporto, Paradesporto e Lazer da Assembleia Legislativa. Participaram do encontro, na manhã desta quarta-feira (16), representantes da Ufba, FUBE (Federação Universitária Baiana de Esporte), Fabs e das Atléticas (organizações dos estudantes que realizam competições).
Na abertura, o presidente da Comissão, deputado estadual Bobô (PCdoB), ressaltou a importância dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). “É a principal competição no Brasil, que acontece desde 1935. Hoje, são realizados pela Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) em parceria com o Ministério do Esporte (ME). Foi importante a ação do governo do presidente Lula, que trouxe importantes mudanças para o esporte brasileiro. Criou o Ministério do Esporte e a divisão do Esporte Universitário, com a finalidade de gerenciar esta manifestação esportiva”, pontuou.
O parlamentar destacou que o esporte universitário no Brasil passou por várias fases, sempre com o Estado como principal componente e estrutura de ação e intervenção no setor. “É importante a mobilização de vocês para termos uma maior atenção do poder público com o esporte nas universidades e ampliá-lo para ações que envolvam as comunidades”, defendeu.
Segundo o vice-presidente do colegiado, deputado Manassés, a comissão é uma ferramenta dos setores organizados da sociedade para exporem suas demandas e o Parlamento ajudar no que for possível.
APOIO E ESTRUTURA
Para o presidente da Federação Universitária Baiana de Esportes (FUBE), Simon Vasconcelos, é essencial o fortalecimento das Atléticas e das políticas esportivas nas universidades. “Nossa gestão está buscando uma maior profissionalização para ajudar na organização das competições. Realizamos ainda convênios com o Ministério do Esporte e o governo estadual, sempre contando com o apoio da Sudesb. Temos muito que avançar”, afirmou.
Integrante do Núcleo de Esporte e Lazer da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil, o professor Mário Sérgio ressaltou que há um bom trabalho teórico, mas faltam estrutura e recursos financeiros para um maio desenvolvimento do esporte na universidade. “Nas principais cidades, não temos ginásios, boas quadras, pistas e piscinas para promover competições. Criamos um grupo de trabalho para pensar o esporte para dentro e para fora da Ufba, com o objetivo de envolver as comunidades. Não é aceitável que o Rio Grande do Norte tenha seis ginásios, campos de futebol e a Bahia, nada”, frisou.
A VOZ DOS ESTUDANTES
Representantes dos estudantes foram unânimes em afirmar que o maior problema é a falta de apoio. “Criamos as Atléticas por falta de apoio do poder público e também das próprias universidades. Mesmo assim, conseguirmos realizar a Intermedi (competição dos estudantes de Medicina), com 644 atletas. É triste ver que Salvador não tem espaços e equipamentos para o esporte e que as federações também não apoiam nossos eventos”, reclamou Ícaro Lessa, presidente da Associação de Esporte das Faculdades de Medicina.
O estudante de Administração da Unifacs João Otávio ressaltou que na instituição há 10 Atléticas, mas que não possuem ajuda da universidade. “Temos que realizar atividades em quadras de prédios particulares e com todas as despesas custeadas pelos estudantes. Podemos fazer muito mais se tivermos estrutura e apoio. A comissão está de parabéns por realizar esse debate”, declarou.
Para Carlos Fiúza, dirigente da Emissora Brasil de Rádio e TV e do site Zig Zag do Esporte, a Comissão de Desporto tem jogado papel importante ao pautar diversos temas esportivos, envolvendo estudantes, esportistas e entidades. “Agora, nos sentimos representados na Assembleia Legislativa”, afirmou.
Maratonista, trabalhador de telemarketing e do DCE de Direito da Faculdade da Cidade, Marcos de Jesus pediu apoio a todos para a efetivação do projeto de lei do deputado Bobô que indica a criação da Secretaria de Esporte na Bahia. “Isso dará mais força ao esporte como um todo no estado. Com orçamento próprio, poderá apoiar mais as ações esportivas, especialmente na área da educação. Precisamos de uma pista oficial de atletismo para contemplar um grande contingente de atletas, que só têm as pistas da Ufba e do Sesi, em Simões Filho. Um absurdo”, enfatizou.
ASCOM Deputado Bobô