Em solenidade bastante concorrida, realizada na noite da última sexta-feira, dia 10, a ACLASB (Academia de Ciências, Letras e Artes de Senhor do Bonfim) empossou novos membros que ocuparam cadeiras vagas de imortais da entidade.
A advogada e escritora MARAÍSA SANTANA foi indicada pela professora Julieta Campos e ocupou a partir da solenidade, a CADEIRA que tem como PATRONO, o advogado e poeta bonfinense, EUGÊNIO ALBERTO LYRA SILVA, morto em setembro de 1977, no oeste da Bahia, na cidade de Santana Maria da Vitória, onde residia e advogava em defesa de trabalhadores rurais, vítimas de grilagens de fazendeiros da região.
EUGÊNIO LYRA deixou centenas de poesias, poemas e sonetos, tendo parte de sua obra publicada em dois livros de sua autoria, FOGOS FÁTUOS (1965) e ABISMOS (1968) e um terceiro, publicado em homenagem póstuma, por iniciativa da AATR (Associação dos Advogados de Trabalhadores Rurais), intitulado EUGÊNIO LYRA, PRESENTE, em 1981, além de dezenas de trabalhos inéditos.
No ano de 1970, EUGÊNIO LYRA misturou a sua vocacional verve poética com o seu acumulado conhecimento jurídico, adquirido com a formação e o exercício profissional de DIREITO e apresentou uma petição na 1ª Vara de Assistência Judiciária de Salvador, relativa ao desaparecimento de um processo, tombado naquele órgão sob o nº 17.022, que ficou conhecida como PETIÇÃO DO PROCESSO 17.022.
Assim escreveu EUGÊNIO
- O número desse processo
dúvida alguma se me impôs:
é de dezessete mil
um zerinho e vinte e dois.
Diante do desrespeito
vista a procrastinação
ficou sem o seu efeito
a dita consignação.
Enfim, é bom que se diga
- sem interesses mesquinhos –
que a insensatez e a intriga
trazem transtornos daninhos.
Espero seja encontrado
dito processo sumido
para que seja negado
noutro Juízo um pedido.
Para que não mais se inquira
abaixo fica firmado
do autor advogado
o doutor Eugênio Lyra.
Após a solenidade de posse dos novos acadêmicos, foi lançado o livro do escritor juazeirense Joselino de Oliveira, versando sobre “a trajetória da mídia juazeirense”, intitulado DO ALTO-FALANTE Á TV e no qual faz referências a IMORTAIS JUAZEIRENSES que subsidiaram a MPB, dedicando considerável ESPAÇO AO BONFINENSE Walter Santos – A Voz de Veludo, que saiu de Bonfim aos 16 anos e começou a sua projeção artística na cidade de Juazeiro, vindo a ser, ao lado de João Gilberto, um dos próceres da Bossa Nova.
Ao tomar posse, MARAÍSA disse que além da honra de poder ocupar a CADEIRA de tão ilustre PATRONO, mesmo no auge da sua juventude, tudo fará para contribuir para o desenvolvimento da ACLASB, honrando o privilégio de representar o PATRONO, sem perder de vista o foco na aprendizagem que haverá de colher nas atividades acadêmicas.
(Nas Fotos: 1-Maraísa entre o tio Jackson e o pai Josemar; 2-Maraísa com o esposo Leandro; 3 – Maraísa com o tio Jackson, a mãe Nadja e o pai Josemar).
(Com informações de SANSIL COMUNICAÇÃO – Sr. do Bonfim, Bahia, 15 de outubro de 2014).