Juíza proíbe a guerra de espadas em Cruz das Almas


A juíza Luciana Amorim Hora, da Vara Criminal de Cruz das Almas, proibiu, na tarde desta quinta-feira, 16, a tradicional guerra de espadas que ocorre em todo período junino no município baiano, a 146 quilômetros de Salvador. A magistrada acatou a ação pública ajuizada na tarde da última quarta-feira pelo promotor criminal do Ministério Público da Bahia (MP-BA) Christian Menezes.

A decisão estará registrada nesta sexta, 17 no sistema de informática do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A juíza concordou com os argumentos do promotor, de que a guerra de espadas causa lesões não só aos que praticam a ação, como nos demais populares e nos patrimônios privados e públicos.

“A guerra de espadas é uma atividade ilícita que se utiliza de um artefato perigoso, feito de forma artesanal, sem autorização do Exército. Trata-se de uma arma, como qualquer outra, utilizada de forma ilegal”, destaca o promotor.

Ano passado, a guerra de espadas – motivo de visitação turística à cidade de Cruz das Almas – registrou mais de 300 queimados, além de carros e casas danificadas. Somente em um dia, foram 193 pessoas atendidas no hospital da cidade.

Segundo o promotor, a medida, tida como ‘radical’ pelos espadeiros, foi tomada após a prefeitura do município não cumprir o acordo, feito ano passado, de estabelecer um local adequado – uma espécie de arena – para a realização da tradição, sendo atendidas as normas de produção do artefato exigidas pelo Exército Brasileiro.

As polícias Militar e Civil estão autorizadas apreender a espada e prender em flagrante quem fizer o uso dela, conforme determina o artigo 16 da Lei 10826/03, do Estatuto do Desarmamento. A pena é de 3 a 6 anos de reclusão.

Possivelmente os guerreiros de Cruz das Almas podem se dirigir para a nossa cidade aproveitando que aqui ainda não tem nenhuma proibição por parte da justiça.

Baseado nisto, os bonfinenses temem que a tradição da Guerra de Espadas acabe da mesma forma como esta acabando em Cruz das Almas por conta, justamente, das autoridades nunca proporcionarem um local adequado para que ela ocorra.

Esperamos que o prefeito se sensibilize com esta situação e não deixe acabar com esta tradição!
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