Durante toda a manhã de quarta-feira, 20 sanfoneiros enxugaram o chão da praça a sopro de foles e puxadas de forró. O busto do Dr. José Gonçalves (em local errado e prestes a sair dali) testemunhou o show na Praça Antonio Gonçalves. Passou do meio-dia e o sereno não passou. Mas quem passava parava, pelo Encontro de Sanfoneiros na Praça Antonio Gonçalves.
O encontro só reuniu talentos. Nivaldo do Acordeom, Josa (Trio Alvorada), Zé Bonfim, Tomaz (da barraca), Nego do Peixe, Chiquinho da Sanfona e por ai vai. Tião, o mais folclórico, não pôde participar, perdeu um parente, mas mesmo passando chuva ao lado da Matriz desafiou: Se a nuvem quiser derramar pode, aí é que nós se aprepara pro São João.
Local de forró – O evento, que antevê o 126º aniversário da cidade (28/5) e em seguida um mergulho no melhor São João da Bahia, juntou um público variado, regulado pelo chuvisco, mas que pôde ouvir e dançar ao som de grandes sanfoneiros de Senhor do Bonfim e região. A cultura do forró pé-de-serra, xaxado e baião foi levada à “praça do forrobodó” por idealização e apoio das secretarias de Educação (Semec) e Cultura (Semcult), respectivamente.
“A idéia na Semec era realizar um evento com teor cultural de apresentação teatral, feira com artesanato, etc, porém, compartilhando-a com a Semcult, optamos por um encontro de autênticos sanfoneiros, mostrando o melhor desses músicos”, relembrou Maria das Neves, da pasta de Educação. Escolhido o tema, o titular da Cultura, Ivomar Gitânio, tomou o sanfoneiro Zé Bonfim (mais de 40 anos de carreira) como um dos consultores, a convidar músicos. “Deixe comigo!”, respondera-lhe o artista, com empolgação. E assim. 20 deles multiplicaram em acordes a empolgação do evento.
Ôi, deixa chover... – Sempre disposto a incentivar e participar de manifestações do gênero, o gestor Paulo Machado dançou e fez a abertura: "Eu trago um abraço pra todos os sanfoneiros e forrozeiros. O São João chegou e, como era de se esperar, já traz muita chuva. Convenhamos que, se é tradição o São João sem chuva não serve. Então, o bom São João tem que ter a lama na bainha da calça e, à revelia do tempo, o povo dançando e tomando licor até o dia amanhecer. Esse encontro está mostrando a força do forró pé-de-serra de nossa cidade e de nossa região”.
Partidário da criação do Dia Municipal do Sanfoneiro, Ivomar declarou: “Nosso município defende o título de Capital Baiana do Forró e precisa valorizar ao máximo esse profissional da sanfona, base primordial desse nosso costume histórico. Também, a partir de hoje lutaremos para criar a escola de sanfona, com a orquestra sinfônica de Senhor do Bonfim, uma meta não só da Cultura, mas de todo o governo”.
Mais sanfoneiros - Ademário Freitas, Zé Bonfim; Zé Luiz; Candinho; Mariano, Givaldo, Expedito, Filó, Cancão; Torquato Luiz e Vagner Rosa, além dos vereadores João Carlos Bernardes (Biro-Biro) e Gilberto Pires (Bel).
ASCOM