O Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (Caps-AD), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Senhor do Bonfim, promoveu nesta quinta-feira, 12, em sua sede, no bairro Maristas, uma exposição de artes verdadeiramente singular.
Usuários de álcool e drogas que recebem tratamento nesse centro de recuperação apresentaram à sociedade bonfinense trabalhos artísticos feitos com materiais reciclados, tecido, tnt e gesso. “Tudo que está aí é de nossa autoria” – disse em tom de elogio um dos ex-dependentes. Eles fazem parte de um grupo de moças e rapazes de variadas idades que se esforça para sair do mundo dos entorpecentes e encontram no Caps cuidados e orientações necessárias e especiais. Fazer um trabalho discreto e resguardar a identidade dos pacientes é uma das regras dessa instituição governamental.
Variedade -A psicóloga Maria Cléia e a psicopedagoga Benilde Felix conduzem terapias e métodos de convivência e oficineiros como Daniel Gomes, Vanusa Santos e Girlane Rocha desenvolvem funções e habilidades que, por vezes, os clientes nem sabem que possuem. Das 10 às 16h, a Exposição de Arte valeu por uma prova de caminho para a recuperação. Eles apresentaram porta-retratos e bandejas feitas de jornais e papelão, imã para geladeira, panos-de-prato decorados, garrafas decoradas e pintadas à mão, artesanatos em gesso, porta guardanapos e porta talheres, pintura em cerâmica, arranjos de flores, vasilhas decoradas para cozinha e porta jóias feitos com caixas de papelão e gesso.
Expressão -Alguns oscilam entre a inconsciência da doença e a consciência de que podem se curar. Mas, segundo Cléia e Benilde, “uma boa quantidade deles freqüenta religiosamente o Caps e se liberta do vício”. Os amplos espaços para diversão, aprendizado e interação oferecidos pelo CAPS-AD também ajudam os dependentes na recuperação e na volta ao convívio social sem indiferença ou preconceito. O conjunto de atenções devolve aos dependentes uma base de confiança. “Nas práticas de saúde nosso compromisso ético é o da defesa da vida, temos que nos colocar na condição de acolhimento, em que cada vida se expressará de uma maneira singular, mas também em que cada vida é expressão da história de muitas vidas, de um coletivo”, relata Maria Cléia.
Família – A base do trabalho do Caps é atender integralmente aos portadores de dependência e/ou uso abusivo do álcool e outras drogas. Identifica e acompanhar os usuários que buscam se tratar. O atendimento é intensivo, semi-intensivo e não intensivo de atenção em saúde mental e de atendimento ambulatorial. As famílias dos usuários recebem em suas casas visitas do pessoal do Caps, que atua para a reorganizar o quadro familiar e combater o preconceito e a exclusão do dependente, que ocorre na família e na sociedade. O método de atuação reduz danos, recupera e faz o trabalho de prevenção.
Recuperação- As atividades do dia a dia são de atendimento individual, com medicamentos, psicoterapia e respeito e orientação. Atendimentos em grupos e realização de oficinas supervisionadas por profissionais da instituição dão suporte social. Atividades domiciliares e comunitárias vão integrando o dependente químico na comunidade, na familiar e na sociedade. Pacientes que são assistidos em turnos de quatro horas recebem uma refeição diária, os assistidos em dois turnos (oito horas), recebem duas refeições diárias. Há uma fase em que o atendimento é de desintoxicação. Onde fica -O Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e outras Drogas (CAPS-AD) fica na Rua Padre Anchieta, 263 e funciona das 8 às 17:00h, durante os 5 dias úteis da semana, nos dois turnos.
ASCOM