O ciúme é inerente ao ser humano, mas não deve ultrapassar o limite do permitido numa relação. O normal em um relacionamento é que o ciúme agregue preocupação e proteção à outra pessoa. Muitos acreditam que apesar de ser negativo, o sentimento é de grande importância. Afinal, a ausência do ciúme também é preocupante, pois pode ser um indício de que o amor está se perdendo.
No código internacional de doenças CID-10 e no DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais - Quarta Edição, o ciúme é classificado como transtorno delirante na subdivisão de ciúme.
Quando o ciúme passa do aceitável para o patológico?
O desejo desenfreado de controle e dominação, especialmente de ter a posse da outra metade, pode denotar uma patologia e se identificada desde o início, pode evitar uma série de percalços pelo caminho. Há como os casais evitarem muitos dissabores na relação, mas para isso é preciso que ambos fiquem atentos a pequenos sinais ou a sua própria história amorosa.
O (a) companheiro(a) que já tenha passado por experiência da traição no relacionamento passado, certamente trará consigo mais desconfianças e temerá sofrer novamente na relação atual.
Se houver inclinação para o ciúme exagerado evoluir para uma patologia, viverá numa eterna tortura pessoal, tudo em função de sua compulsão. Cabe ao casal enfrentar a situação de forma unida e jamais dar margens a desconfianças.
O ciúme anormal desencadeia desde a agressividade simples (verbal), podendo partir para a agressividade bruta ou corporal. Quem desenvolve esse tipo de ciúme, muitas vezes, tem desestrutura do ego, em função de baixa auto-estima e autoconfiança extremamente comprometidas.
O exagero no ciúme também pode ter origem de uma patologia psicológica Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Gerando conflitos internos como, por exemplo, achar que está sendo traído. Mediante esse comportamento, começar a perseguir sua companheira (o) e desenvolver compulsão pela averiguação da traição ou não.
O ciúme difere quanto ao amor e a paixão?
O ciúme no amor tende a ser mais normal e controlável, indo a índices aceitáveis de controle e adaptação (no caso da perda). Já na paixão, o ciúme é perigoso e descontrolado. Não possui bases para o diálogo e pode se tornar, em alguns casos, letal.
Em função dessa atitude, pode desencadear um comportamento de agressividade, envolver rivais imaginários, agir de maneira irracional e realizar atitudes impensadas, podendo gerar conseqüências drásticas.
No ciúme considerado normal, há uma intenção consciente, existe o diálogo, sobriedade e principalmente, segurança. Já no ciúme patológico, há desejos inconscientes, como raiva, vingança e até sentimentos de revolta, humilhação e insegurança. Motivados pelo complexo de inferioridade, pode desencadear atitudes extremas, chamadas de crimes passionais.
Fonte: Revista Dieta e Saúde
Postado por Centro de Referência da Mulher